sexta-feira, 13 de junho de 2014

Atenção a discreta morte de pilantras



As manifestações de junho de 2013 foram, a grosso modo, iniciadas pelo aumento da tarifa dos transportes, sendo impulsionadas pela violência policial. Sem dúvidas, são problemas crônicas da sociedade brasileira, mas não devemos perder de vista quem os agravou.

Na sombra da véspera da Copa, quase passa batida a morte de um dos maiores responsáveis por essas mazelas, Marcelo Alencar, ex-governador tucano do Rio. E como tal, privateiro e assassino.

Como um tucano precisa abrir as asas para voar, um governo do PSDB tem a necessidade de sucatear para privatizar, assim fez Alencar: privatizou o BANERJ, a CEG e a CTC, companhia estatal de ônibus, além dos metrô e dos trens, esses vendidos por um preço várias vezes menor que o de mercado. Se os transportes, quando públicos, não eram melhores, também não eram piores, mas com uma tarifa mais justa, não a mais cara do mundo.

Para combater o "crime", Marcelo Alencar, em uma das suas primeiras medidas, instituiu, a bonificação por auto de resistência, a "gratificação faroeste", com isto dobrou-se a taxa de mortes "em confrontos" com a polícia. A história sabe qual é a classe e a cor desses mortos. Quantos dos soldados dessa época são atualmente sargentos, tenentes e coronéis saudosistas dessa política de remuneração?

O aumento da violência policial é uma herança direta de Alencar. Como os lucros monstruosos da Supervia e do Metrôrio as custas do sofrimento e da humilhação da população também são. Tarifas injustas e violência policial são marcas históricas da sociedade brasileira, mas não devem ser naturalizadas: tem trajetórias, com atores e contestadores. Alencar se destacou nessas práticas. Na véspera da Copa, é contra o legado de Alencar que também lutamos. Não deixemos que passe batido, discretamente, as trevas.


Zito e Marcelo Allencar: autoritarismo e violência, marcas dos tucanos no Rio